Intro Bm  E  Bm  E 
      Bm  E  Bm  E 

Bm                E 
Quando a noite mergulha tão somente 
Bm            E                   Bm E 
No silêncio profundo das estrelas 
Bm               E 
Eu invento outro verso à luz de velas 
Bm                E                   Bm E 
Sem cruzeiro qualquer que me oriente 
Bm            E 
Não há brisa sequer que se apoquente 
Bm           E                   Bm E 
A bater as janelas mal-trancadas 
Bm             E 
No ranger dolorido das escadas 
Bm               E 
Não há mau pensamento que me fuja 
Bm 
Ouço ao longe o piar de uma coruja 
G           F#             Bm   E Bm E 
E o mugido das altas madrugadas 

Bm                E 
Passa o vento em estranhos rodopios 
Bm                 E                 Bm E 
Revirando o que estava tão tranqüilo 
Bm                E 
Pois ninguém é capaz de persegui-lo 
Bm             E                Bm E 
Embaralha e retorce tantos fios 
Bm                   E 
Quebra as folhas de caules mais esguios 
Bm             E                    Bm E 
Atravessa até frestas mais fechadas 
Bm                E 
Descascando a pintura das fachadas 
Bm             E 
Soberano, ninguém lhe sobrepuja 
Bm 
Ouço ao longe o piar de uma coruja 
G               F#        Bm 
E o mugido das altas madrugadas 

Em                F#m    Bm 
Lá distante se escuta a tempestade 
Em              F#m        Bm 
Avisando que está já de partida 
Em               A 
E esse cheiro de vela derretida 
D     Bm           G 
Vai tomando as esquinas da cidade 
C#m                F#           Bm 
E transforma a tormenta em claridade 
Em          F#m     Bm 
No mormaço das ruas alagadas 
Em     Bm 
Só me resta o soluço das calçadas 
Em              A 
Vou lavar minha alma na água suja 
D                 G 
Ouço ao longe o piar de uma coruja 
C#m         F#            Bm 
E o mugido das altas madrugadas