Claudio Henrique

Claudio Henrique

Nego Besta
Composição de (Claudio Henrique)
C#7/9+ 
 
  F#m 
E lá chegou... 
Camisa de croché 
                    E 
Branca, lavada 
  D 
No peito corrente prateada 
Calça engomada 
  C#7/9+ 
Sexta-feira de manhã 
 
Foi como entrou 
Num bar de esquina em Santo Cristo 
E dizem na rua que foi visto 
Numa cervejada 
Às seis horas da manhã 
 
Onde contou 
Que nunca na vida não quis nada 
Trabalhou que nem burro de carga 
Mas hoje gozava 
O que lhe dera Iansã 
 
E se apresentou 
Nasceu e cresceu no Encantado 
Morava com a mãe em um sobrado 
Na rua criado 
Sem pensar no amanhã 
 
Mas o tempo passou 
E quando era moço foi soldado 
Saiu do quartel revoltado 
Trocou o penteado 
Por trancinhas Djavan 
 
A    C#7/9+ 
      E assim se deixou levar pelo vício 
     Bm7 
Na zona de baixo meretrício 
E7 
Toda noite passou a beber 
   A 
Até que os amigos do peito 
      C#7/9+ 
Da sua área 
   Bm7 
Mostraram pra ele sua falha 
E7 
?Ô nego, tu precisa vencer  
D      A         Bm7            F#m7 
          Tua mãe fica te sustentando e não é madame grã-fina 
 D A        Bm7 C#7/9+ 
Vê se tu abre teu olho, malandro, vê se acende a tua lamparina? 
 
Assim se empregou 
Como estivador no Cais do Porto 
No final do dia sempre morto 
Mas grana no bolso 
Que passou a dar valor 
 
E logo descolou 
Um trampo pra tirar um por fora 
E comprou um negócio lá na Glória 
Com dinheiro agora 
Arranjou até um amor 
 
Então se juntou 
Teve uma menina e um moleque 
No bolso cartão, talão de cheque 
E emprego no MEC 
Que um compadre lhe arrumou 
 
 
E a vida mudou 
Casa com garagem em Madureira 
No pulso, de ouro, uma pulseira 
A vida inteira 
Com ela ele sonhou 
 
E também comprou 
Mais de 20 calças de cor branca 
Dez de tergal, dez de elanca 
E ninguém lhe arranca 
Este ar de vencedor 
 
E assim se deixou levar pelo vício 
Lá no Encantado tornou-se difícil 
Ver ele bebendo nas tardes de sexta 
Até que os amigos do peito da sua área 
Mostraram pra ele sua falha 
?Ô nego, tu deixa de ser besta 
Com essa onda que tu tá tirando a nossa amizade termina 
Antes tu era bacana com a gente, hoje olha a gente por cima? 
 
Mas não escutou 
Achava que tudo era intriga 
De gente que não venceu na vida 
Com o rei na barriga 
Os amigos desprezou 
 
Mas o tempo mostrou 
Que sua política era errada 
Sentiu falta dos camaradas 
E das bacalhoadas 
Que ele sempre organizou 
 
E no final do porre 
Quando terminou de contar isso 
Tombou no boteco em Santo Cristo 
E não teve registro 
O vexame que passou 
 
Pois o dono do bar 
Jogou ele na rua e disse irado 
Só quem faz isso é negro safado 
Entra, bebe, desmonta 
E não paga a sua conta 
 
E assim se deixou levar pelo vício 
De freqüentar o bar em Santo Cristo 
Onde toda noite voltou a beber 
Aos novos amigos do peito desta área 
Diz ser homem que trabalha 
Um negro simples, sem muito poder 
E até o pessoal do Encantado voltou a ser gente amiga 
E se hoje é feliz é porque ele sempre sonhou em ficar bem na vida... 
 
E lá chegou... (volta início)

Enviado por: Claudio Henrique

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