João de Almeida Neto

João de Almeida Neto

Crioulo Da Tia Maruca
Composição de (Marco Aurélio Campos)
Intro: E7 A E7  A 

                         E7 
Num cansaço de antigos caminhos 
                        A 
Légua e pico da velha cidade, 
                         E7 
Vejo os restos da Vila Carinho, 
                            A 
Junto ao rancho da minha saudade. 

                            E7 
Pra este rancho da idade do pago, 
                         A 
Velha feira de sonhos perdidos, 
                           E7 
Uma gaita e um pinho, a lo largo 
                           A 
Me cincharam pra lá pelo ouvido 

                               E7 
Bem silhão mal quinchado, no entanto 
                    A 
Emotivo resmunga cantigas 
                           E7 
Pela mão guitarreira de um pranto 
                           A 
que rebrota de angústias antigas. 

                            E7 
De afinada a garganta um cantor 
                           A 
É o sabiá mais terrunho da pampa 
                                E7 
Que, pajando em seus versos de amor, 
                           A 
Organiza algum sonho e se acampa. 

                        E7 
Machucadas, as taipas espiam 
                      A 
Impassíveis o tempo fiando 
                           E7 
Outras vidas, que já se desfiam 
                          A 
Sem querer nesse eterno ficando. 

                            E7 
Há um pedaço de espelho oitavado 
                     A 
Simulando pedaços de vida, 
                            E7 
que representa pra algum mal-domado 
                            A 
relembranças de há muito dormidas. 

                           E7 
Entreverado com poeira e fumaça, 
                            A 
Com cordeona, guitarra e cantor, 
                          E7 
Ele agarra a primeira que passa 
                            A 
E lhe faz mil promessas de amor. 

                        E7 
Quer casar e procura na vida 
                          A 
Quem saindo se esqueça dali, 
                            E7 
Dando à vida trigueira mais linda 
                            A 
Pra povoar um chacrão de guri. 

                      E7 
Provocada a saudade rebrota 
                                A 
E as "bonecras" de azul - eu me lembro - 
                            E7  
Retornando ao meu tempo, um setembro 
                    A 
De guri copador e mutuca, 
         A7             D 
Pós-graduado naquela arapuca 
        E7                     
Que ensinou-me a viver sem bravatas 
       D                    A 
E a gritar sarandeando alpargatas. 
         E7            A 
- Sou crioulo da Tia Maruca. -

Enviado por: Dioser Ricardo San Martin Gorges

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