Lisandro Amaral

Lisandro Amaral

Porteira Afora
Composição de (Lisandro Amaral)
Intro: Em Am Dm B7 Em 


Em                                 Am 
Os ovelheiros ficam cuidando os arreios, 
                                   Dm 
Um guaxo pampa quer lamber as barrigueiras, 
                              B7 
Voam mutucas, pateiam pingos atados 
                                    Em 
e um cardeal canta no alto das taquareiras. 

                                   Am 
Nuvens de poeira se levantam céu adentro 
                                 Dm 
Nascem do centro do chão duro da mangueira, 
                                B7 
Costeiam vacas berrando pelos terneiros 
                                    Em 
E um joão barreiro proseia co'a companheira. 

                               Am 
Tinem arames, terneirada mal costeada 
                                  Dm 
E a gauchada tira as botas, se arremanga; 
                                 B7 
Canha e pitanga são remédios numa guampa 
                                   Am 
Essência pampa, gosto de mato e de sanga. 

                     Am         
Bota lhe fogo nessas marca Gratulino 
                     Dm 
Porque o Silvino Bololó ta de a cavalo 
                       B7 
O Mano Vaz estira o laço num moerão 
                       Em 
E o Borbinha toma um trago no gargalo. 

                       Am 
O seu Pituca espeta a carne pra'o assado 
                   Dm 
O Cipriano peala, capa e assinala 
                     B7 
Homens maduros sentados sobre os arreios 
          Em            
E nesse meio o mate acompanha a fala. 

                                 Am 
Que gente buena destes pagos de mi flor... 
                              Dm 
No tirador, capincho em couro sovado; 
                                 B7 
No lenço atado, bandeira pampa que esvoa 
                                   Em 
Quando encordoa um terneiro pra um bolcado 

  
                                    Am 
O Luiz Bacia pede cancha, armando o laço 
                               Dm 
E para o braço num tiro, longe, de atrás, 
                                    B7 
Pealo de mestre quando a trança se termina 
                                 Em 
E o tombo é sina que a natureza desfaz. 


                            Am 
O Diamantino raça de índio pampeano 
                              Dm 
Um soberano mesmo sem nada na vida; 
                               B7 
Tropeiro andejo, obediente e servidor 
                             Em 
Do corredor, fez casa, rumo e partida. 


                              Am 
Eu fui guri que aprendeu a cucharrear 
                         Dm 
E derrubar na saída da porteira; 
                                   B7 
Fui mandalete de alcançar marca e serrote 
                                       Em 
Carneá um munício e desmancha pras cuzinheira. 


                                     Am 
Fui guitarreiro e toquei gaita nos galpões 
                           Dm 
E nos fogões alegrando a gauchada; 
                                B7 
Andei por tudo pealando quando cresci 
                                Em 
"Dês que" saí dos pagos da Encruzilhada.

Enviado por: João Vitor Andriola

Corrigido por: sem correções