Luiz Carlos Borges

Luiz Carlos Borges

Montado na Saudade
Composição de (Luiz Carlos Borges / Mauro Ferreira)
[Intro:  ]E  B7  E 
 
    E                                      B7 
Eu já nasci de a cavalo seu moço, naquele mundo 
                                          A      E 
Que só existe na história dos velhos, fundão de fundo 
                                                E7    A 
De lá que eu trago este causo, seu moço, porque é verdade 
     Ebº              E         B7    Am    E 
Que vez por outra me pego montado nesta saudade 
 
                                         B7 
Era no tempo das tropas de maio, cada boiada 
                                        A     E 
Que se apartava da flor dos rodeios das invernadas 
                                 E7         A 
Daquela feita nós vinha no rumo duma charqueada 
    Ebº           E          B7       Am   E 
Com uma ponta de bois e turunos de aspa virada 
 
                                            B7 
Naquele tempo a valença dum homem era seu braço 
                                         A        E 
Sua tropilha, seu par de cachorros, seu poncho e laço 
                              E7        A 
Eu era um taura de boa coragem e respeitado 
                         E          B7      Am     E 
Por bom de corda, mas, principalmente, por bem montado 
 
{INTRO} 
 
                                                B7 
Tinha um tostado que nessas fronteiras, era afamado 
                                        A      E 
Não teve boi que pisasse na frente, do meu tostado 
                                       E7      A 
Quem é da lida conhece o valor que se dá prum pingo 
   Ebº             E            B7    Am     E 
Naquela vida quem tinha um cavalo tinha um amigo 
 
                                               B7 
Mas como eu vinha contando seu moço, tinha chovido 
                                       A      E 
Quando chegamos no passo do arroio, tava crescido 
                                E7       A 
Toda a prudência mandava esperar pela vazante 
    Ebº          E              B7    Am      E 
E o capataz decidiu que a jornada seguisse adiante 
 
                                                   B7 
Então mandou que eu largasse na frente, puxando a ponta 
                                           A     E 
E eu atraquei meu tostado na enchente sem fazer conta 
                                  E7          A 
Os culatreiros apertaram a tropa contra a barranca 
                 E            B7       Am    C#m 
E o gadario se atirou na crescente, batendo guampa 
 
                                           D#m7(b5) 
É nessa hora de cada vivente, que a vida ensina 
                               G#7            C#m 
Que a morte mora mais perto da gente que se imagina 
                                      C#7        F#m 
Um boi salino alçou alcançou meu cavalo e meteu a aspa 
                     E      G#7                  C#m 
Entre a bombacha e a aba do basto, e me atirou n'água 
 
                                                D#m7(b5) 
O meu tostado nadou mais um pouco, e sentiu minha falta 
                            G#7           C#m 
Deu meia volta à procura do dono, cortando água 
                                  C#7         F#m 
Peguei na cola do pingo e nos fomos corrente abaixo 
                      E           B7      Am    E 
Até que o rio nos atirou campo fora, num despraiado 
 
                                              B7 
Aqueles tempos se foram, seu moço, tudo é passado 
                                             A      E 
Levaram junto as tropilhas e as tropas, e o meu tostado 
                                             E7    A 
Por isso os olhos molhados, seu moço, porque é verdade 
    Ebº               E         B7    Am    E 
Que vez por outra me pego montado nesta saudade 
 
{INTRO}

Enviado por: anônimo

Corrigido por: sem correções