Intro Db7M  C7 Fm  Ebm7 Abm7 
      Db7M  C7 Fm  Ebm7 Abm7 

      Db7M 
Com o cheiro doce da arruda 
         C7 
Penso em Buda, calmo 
Fm 
Tenso, busco uma ajuda 
            Ebm7 Abm7 
Às vezes me vem um salmo 
Db7M                              C7 
Tira a visão que iluda, é tipo um oftalmo 
               Fm 
E eu, que vejo além de um palmo 
             Ebm7 Abm7 
Por mim, tu, Ubuntu, algo almo 
   Db7M 
Se for pra crer no terreno 
          C7 
Só no que nóis tá vendo memo 
          Fm 
Resumo do plano é baixo, pequeno 
         Ebm7 Abm7 
Mundano, sujo, inferno e veneno 
Db7M 
Frio, inverno e sereno 
C7 
Repressão e regressão 
              Fm 
É um luxo ter calma, a vida escalda 
                Ebm7 Abm7 
Tento ler almas pra além de pressão 
Db7M 
Nações em declive na mão desse Barrabás 
C7 
Onde o milagre jaz 
   Fm 
Só prova a urgência de livros 
          Ebm7 Abm7 
Perante o estrago que um sabre faz 
           Db7M 
Imersos em dívidas ávidas 
          C7 
Sem noção do que são dádivas 
                Fm                               Ebm7 Abm7 
No tempo onde a única que ainda corre livre aqui são nossas lágrimas 
                       Db7M 
E eu voltei pra matar, tipo infarto 
             C7 
Depois fazer renascer, estilo um parto 
      Fm 
Eu me refaço, farto, descarto 
   Ebm7 Abm7 
De pé no chão, homem comum 
            Db7M 
Se a bênção vem a mim, reparto 
       C7 
Invado cela, sala, quarto 
        Fm 
Rodei o globo, hoje tô certo de que 
Ebm7 Abm7 
Todo mundo é um 

Db7M              C7 
Tudo, tudo, tudo, tudo que nóis tem é nóis 
Fm          Ebm7 Abm7 
Tudo, tudo, tudo que nóis tem é 
Db7M        C7 
Tudo, tudo, tudo que nóis tem é nóis 
Fm          Ebm7 Abm7 
Tudo, tudo, tudo que nóis tem é 

Db7M            C7 
Cale o cansaço, refaça o laço 
Fm                Ebm7 Abm7 
Ofereça um abraço quente 
Db7M              C7 
A música é só uma semente 
  Fm                                        Ebm7 Abm7 
Um sorriso ainda é a única língua que todos entende 

Db7M              C7 
Tipo um girassol, meu olho busca o Sol 
                 Fm 
Mano, crer que o ódio é a solução 
      Ebm7 Abm7 
É ser sommelier de anzol 
        Db7M 
Barco à deriva, sem farol 
             C7 
Nem sinal de aurora boreal 
                  Fm 
Minha voz corta a noite igual um rouxinol 
            Ebm7 Abm7 
Meu foco de pôr o amor no hall 

Db7M 
Tudo que bate é tambor 
C7 
Todo tambor vem de lá 
Fm                       Ebm7 Abm7 
Se o coração é o senhor, tudo é África 
       Db7M 
Pus em prática 
Essa tática 
C7 
Matemática, falou 
Fm                       Ebm7 Abm7            Db7M 
Enquanto a terra não for livre, eu também não sou 
         C7                            Fm 
Enquanto ancestral de quem tá por vir, eu vou 
Ebm7 Abm7                               Db7M 
Cantar com as menina enquanto germina o amor 
    C7                         Fm 
É empírico, meio onírico, meio Kiriku, meu espírito 
            Ebm7 Abm7 
Quer que eu tire de tu a dor 

              Db7M 
É mil volts a descarga de tanta luta 
          C7 
Adaga que rasga com força bruta 
                Fm 
Deus, por que a vida é tão amarga 
               Ebm7 Abm7 
Na terra que é casa da cana de açúcar? 
           Db7M 
E essa sobrecarga frustra o gueto 
          C7 
Embarga e assusta ser suspeito 
            Fm 
Recarga que pus, é que igual Jesus 
              Ebm7 Abm7 
No caminho da luz, todo mundo é preto 
Ame, pois 

Db7M                  C7 
Simbora que o tempo é rei 
                   Fm 
Vive agora, não há depois 
             Ebm7 Abm7 
Ser tempo da paz, como um cais que vigora nos maus lençóis 
Db7M          C7 
É um-dois, um-dois, não julgue o playboy 
           Fm             
Como monge sois, fonte como sóis 
No front sem bois, forte como nós 
Ebm7 Abm7 
Lembra: A rua é nóis 

Db7M              C7 
Tudo, tudo, tudo, tudo que nóis tem é nóis 
Fm          Ebm7 Abm7 
Tudo, tudo, tudo que nóis tem é 
Db7M        C7 
Tudo, tudo, tudo que nóis tem é nóis 
Fm          Ebm7 Abm7 
Tudo, tudo, tudo que nóis tem é 

Locução - Pastor Henrique Vieira 
Vejo a vida passar num instante 
Será tempo o bastante que tenho pra viver? 
Não sei, não posso saber 
Quem segura o dia de amanhã na mão? 
Não há quem possa acrescentar um milímetro a cada estação 
Então, será tudo em vão? Banal? Sem razão? 
Seria, sim, seria se não fosse o amor 
O amor cuida com carinho, respira o outro, cria o elo 
No vínculo de todas as cores, dizem que o amor é amarelo 
É certo na incerteza 
Socorro no meio da correnteza 
Tão simples como um grão de areia 
Confunde os poderosos a cada momento 
Amor é decisão, atitude 
Muito mais que sentimento 
Alento, fogueira, amanhecer 
O amor perdoa o imperdoável 
Resgata dignidade do ser 
É espiritual 
Tão carnal quanto angelical 
Não tá no dogma, ou preso numa religião 
É tão antigo quanto a eternidade 
Amor é espiritualidade 
Latente, potente, preto, poesia 
Um ombro na noite quieta 
Um colo para começar o dia 
Filho, abrace sua mãe 
Pai, perdoe seu filho 
Pais é reparação, fruto de paz 
Paz não se constrói com tiro 
Mas eu o miro, de frente, na minha fragilidade 
Eu não tenho a bolha da proteção 
Queria guardar tudo que amo 
No castelo da minha imaginação 
Mas eu vejo a vida passar num instante 
Será tempo o bastante que tenho para viver? 
Eu não sei, eu não posso saber 
Mas enquanto houver amor 
Eu mudarei o curso da vida 
Farei um altar para comunhão 
Nele eu serei um com o mundo 
Até ver o ubuntu da emancipação 
Porque eu descobri o segredo que me faz humano 
Já não está mais perdido o elo 
O amor é o segredo de tudo 
E eu pinto tudo em amarelo